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Fobias

A fobia escolar é caracterizada quando a criança falta à escola com queixas de sintomas vagos. A criança com medo de ir à escola pode também ter medo de sair de casa.

A independência de uma criança começa quando ela vai à escola. Atualmente, a criança frequenta a escolinha ou creches com tenra idade. A separação dos pais, principalmente da mãe, pode ser muito penosa para ela. Geralmente, esta mãe é orientada para que fique com a criança na escola nos primeiros dias, até que a criança se acostume com sua nova rotina. Aos poucos, a menina ou o menino se adaptam e começam a gostar do novo ambiente. Interagem com os novos coleguinhas e os professores.


O medo de ir à escola pode ser causado por vários fatores: uma professora nova e exigente, dificuldades numa determinada matéria, timidez, dificuldade de relacionamento com os coleguinhas, um colega de temperamento difícil.

Como deve agir a mãe de um filho com fobia escolar?

Conversar com ele, amenizar sua ansiedade dizendo que fará o possível para que os problemas na escola sejam solucionados. Estimular a criança a frequentar as aulas.

Comunicar à escola, a dificuldade da criança. O professor e o psicólogo escolar ajudarão a criança e os pais a enfrentar o problema.



Se ela tiver qualquer queixa vaga de sintoma físico poderá ser orientada a descansar um pouco na própria escola e ser observada. Sempre deve ser estimulada a ficar na escola. O acompanhamento dos professores e terapeuta escolar será muito importante para a criança.

A melhor solução para fobia escolar é ir diariamente à escola. Se você não exigir que a criança vá à escola diariamente, as queixas de mal estar físico vão aumentar.



Pais muito rígidos ou protetores demais podem desenvolver na criança a ansiedade de separação. Na escola, sentem saudade dos pais. Não interagem com os amiguinhos. Fazer amizade com crianças da mesma idade desenvolve a independência e pode amenizar a timidez.

Os pais de Maria Lúcia insistiam sempre para que a criança não faltasse às aulas. Com muita conversa e bate papo e a ajuda do psicóloga escolar, o problema foi resolvido em 15 dias. A colega agressiva era apenas parte do problema. Maria Lúcia era um criança muito insegura e tímida. Precisou de orientação psicológica da terapeuta escolar durante algum tempo.

Jessica foi levada ao médico pelos pais e afastada a suspeita de doença física. O mal estar era causado pela separação dos pais. A menina era filha única. Através da ludoterapia, Jessica superou o medo da perda dos pais( ansiedade de separação) e voltou a frequentar à escola.

Os pais de Luisinho comunicaram à professora os temores do menino. Aos poucos, com muita firmeza dos pais, o menino voltou às aulas. A professora estava sendo muito rigorosa nos ensaios do coral o que ocasionou parte do problema de fobia escolar na criança.

Ana precisou de tratamento psicológico durante alguns meses. Com a psicoterapia, tratou as causas profundas da sua fobia escolar: timidez, início de depressão e pais muito protetores. Os pais eram espíritas e ela também foi submetida a passes semanais numa casa espírita. As queixas de mal estar e visões desapareceram aos poucos.



Recomendações aos pais da criança com fobia escolar:



- Converse com seu filho sobre o medo de ir à escola.


- Insista para que vá à escola. Os temores enfrentados tendem a desaparecer. Insista com firmeza e não com agressividade e ameaças de castigos ou punições. O comportamento muito rígido dos pais diante da fobia escolar poderá aumentar a insegurança da criança.
- Se você insistir para que a criança vá à escola diariamente, a fobia escolar melhorará em torno de uma a duas semanas.


- Comunique à escola o problema da criança.


- Quanto mais tempo a criança ficar em casa, mas difícil será voltar à escola.



Observações importantes:



- Procure ajuda médica o quanto antes, se perceber que a causa dos sintomas pode ser mais física do que emocional.


- Não deixe que seu filho vá à escola com febre alta, dores fortes, tosses frequentes. Observe a criança e a leve ao médico no primeiro dia que ela ficar em casa.
- Procure ajuda psicológica se a fobia escolar voltar a apresentar-se depois de uma melhora.
- Quando observar na criança, além da fobia escolar, alguns distúrbios de comportamento como: depressão, desânimo, tristeza permanente, outros temores, procure ajuda profissional o quanto antes.


- Se os pais tiverem qualquer dúvida em relação à fobia escolar do seu filho, procure ajuda profissional o quanto antes e comunique imediatamente à escola.

 

DIAGNÓSTICO DA FOBIA

O diagnóstico é apropriado quando a pessoa começa a se esquivar o tempo todo em relação ao objeto fóbico, ou quando ocorre ansiedade antecipatória ante a possibilidade de chegar perto do objeto, chegando a afetar a sua rotina diária e social. A fobia é vista como uma forma especial de medo; ela apresenta as seguintes caraterísticas na seguinte ordem: desproporção entre a emoção e a situação que a provoca; medo sem explicação razoável; ausência de controle voluntário; tendência à evitação dessa situação. Atualmente, a DSM-IV (American Psychiatric Association, 1994) caracteriza a fobia em subtipos:

Fobias específicas FE


S ão medos intensos, restritos a situações estimuladoras específicas (animais, fenômenos da natureza, andar de avião ou similares, dentista, hospitais). A situação desencadeadora pode ser despertada por diversas etiologias, inclusive por um ataque de pânico (medo paralisante) com ou sem agorafobias (situações específicas relacionadas ao pânico, como túneis, meios de transporte, filas, salas cheias entre outras);

Fobias sociais ou generalizadas FSG


Trata-se marcantemente de comportamentos evitativos de situações sociais; elas implicam a aprovação do grupo. Ao evitar tais situações, a pessoa fica privada profissional, acadêmica, social e, ou, sexualmente. Esse medo é relacionado a situações de exposição pública ou de interação social.

Fobia social circunscrita FSC


Acontece quando o indivíduo apresenta temor apenas de uma situação pública de desempenho de interação social (como medo de dirigir, de escrever, de ir a escola, de falar em público).

A DSM-IV propõe uma lista de comportamentos que facilitam a identificação em um diagnóstico de quadro fóbico. Tal lista prevê: medo persistente de estímulo limitado (exceção ao ataque de pânico) ou de situação social generalizada; exposição ao estímulo fóbico provoca intensa ansiedade; o objeto fóbico é evitado; reconhecimento da irracionalidade do medo; medo e/ou a evitação interferem na rotina normal; medo não se relaciona a obsessões ou ao estresse pós-traumático.

 

FOBIAS MAIS FREQUENTES EM ADULTOS E SEUS INDICATIVOS

Constam: Fobia social (entre elas a Fobia de dirigir); fobia de lugares fechados (claustrofobia); fobia de lugares altos (acrofobia); fobia de lugares abertos (agorafobia); fobia de perfurações da pele; fobia de doenças; fobia de escuro; fobia de tempestade; fobia de animais e insetos; fobias alimentares; fobia escolar e fobia de andar de avião.

Fobia social


A origem biológica e cultural dessa fobia confunde-se com a idade do homem sobre a Terra. Quando o ser humano deixou de ser solitário e começou a viver em grupos, passou a depender da opinião dos outros indivíduos. Então ficou sujeito à aprovação ou desaprovação, que lhe permitia ou não agregar-se ao grupo e por ele ser defendido, alimentado, amado. A crença de que nossa sobrevivência depende do outro ficou marcada no inconsciente coletivo e continuamos a responder a essa crença com atitudes de submissão e tentativa de controle para sermos aceitos pelo grupo.


Esse medo tem como característica evitar se expor a críticas alheias aquilo que a pessoa estiver fazendo, como: dirigir, falar, cantar, a sensação relatada pelas pessoas com este medo é de que se sentiriam inadequadas, que não conseguiriam atingir uma alta performance estabelecida por elas próprias. É como se todos as avaliassem o tempo todo, quando, na verdade, são eles próprios seus mais exigentes juizes. Com medo do julgamento, passam a evitar a situação em que poderiam sofrer a tal crítica, embora, na prática, seja pouco provável que isto fosse, de fato, ocorrer. Falcone (1995) propõe algumas características específicas da fobia social generalizada: é mais freqüente em homens; costuma aparecer por volta da adolescência, acontece em contextos onde a dominância é incerta e há pressão pela boa performance e onde o indivíduo se ressente da crítica negativa.

O cliente cita episódios de perdas sociais onde este deixou de exercer seus direitos e sofreu, prejuízos profissionais e pessoais. São, normalmente, pessoas com baixa auto-estima e baixa auto-confiança em suas habilidades assertivas. Têm alto padrão de comportamentos evitativos de situações onde se vejam em confronto com aquilo que julgam como seus "defeitos" ou como dizem: suas incapacidades.Estes comportamentos podem ir desde respostas autonômicas como rubor facial ou de colo, tremores nas pernas, enxaquecas ou dores musculares causadas por tensão até situações mais graves em termos de perdas do controle de sua sociabilidade, tais como perder empregos ou sofrer reprovações escolares por não conseguir expor ou defender seus pontos de vista ou sua competência profissional. Muitas vezes é sua gama de relações pessoais que sofre dano. Muitos chegam contando perdas de oportunidade de relacionamentos afetivos importantes como amizades ou casamentos, tudo por não conseguirem "abrir" sua "alma". Algumas pessoas preferem ficar só a se expor ao julgamento alheio. Algumas síndromes, como as do escrivão, são subclasses desta fobia. Fica impossível para a pessoa escrever sob a vista de outras pessoas. São freqüentes os casos de alunos de graduação e de pós-graduação a procurarem por essa queixa. Mais grave ainda quando devem expor oralmente suas opiniões e conhecimentos. Desistem! Assemelha-se, então, à fobia escolar. Todo esse quadro é variável de indivíduo para individuo e de caso para caso. Aparecem alterações nos três sistemas de respostas humanas e que podem ser observadas:

Cognição: a pessoa parece provocar, involuntariamente, aquilo que ela mais teme. Apresenta uma reação aparentemente paradoxal, pois avalia as próprias expectativas interpessoais baseado-se em crenças irracionais que dão base a "profecias auto-realizadoras".
Outro padrão cognitivo deficiente é o pensamento auto-referente negativo, que compromete a espontaneidade com a motivação de "bem impressionar"; sua atenção é autofocada até mesmo nas reações fisiológicas.



Fisiologia: taquicardia, espasmos musculares, sudorese, tremor e rubor, distúrbios gastrointestinais, dores de cabeça e lombares ...

Comportamento evitativo: a vida social fica impedida, e o déficit em habilidades sociais parece comum entre os fóbicos. As respostas evolucionárias benéficas para o homem primitivo (como correr de animais ferozes e para isso necessitava um alto grau de tensão muscular) reaparecem no homem atual, provocando uma tensão muscular desnecessária que torna seus movimentos para escrita ou direção, por exemplo, distorcidos e disfuncionais.

A origem de tais distúrbios é um somatório de fatores genéticos, histórico-pessoais e da cultura na qual o cliente se desenvolveu. Então, o tratamento das fobias requer que o cliente esteja motivado para eliminar o comportamento fóbico, mesmo que isso signifique certo grau de custo energético no processo. O primeiro passo, sem dúvida, é uma análise funcional adequada e, depois, uma adaptação do método escolhido ao cliente em questão. Como um exemplo dessa fobia pode ser descrita a fobia de dirigir, embora esta se classifique melhor como social circunscrita.

Fobia de dirigir


Normalmente pessoas capazes são as mais atingidas, pois são pessoas extremamente responsáveis.Quando assumem um compromisso, dão conta dele e por isso, são consideradas pelos demais como confiáveis, organizadas, detalhistas, sensíveis e inteligentes. Preocupam-se com os outros, com os problemas dos outros e procuram não machucá-los.Porém não gostam de críticas. A crítica alheia pode magoá-las, irritá-las. Não admitem errar. Oito de cada 10 pessoas que procuram ajuda terapêutica para tratamento da fobia de dirigir já têm carteira de habilitação, mas deixam o carro na garagem. O público feminino é o mais atingido, mas há homens que também apresentam essa fobia. Homens ou mulheres quem têm fobia, normalmente, diante de situações de enfrentamento do objeto fóbico, manifestam comportamentos como: dormir mal à noite; ter tremedeira nas pernas; transpirar excessivamente; taquicardia; achar que a situação o domina; sentir-se intruso como setivesse que sair logo daquele lugar. O perfil psicológico do fóbico, foi construído por meio de pesquisa realizada com clientes do Cpem -Centro de Psicologia Especializado em Medos (de 1997 a 2003, Marilza Mestre foi sócia de Neuza Corassa, com a qual fundou o referido centro de tratamento e pesquisa dos medos e fobias - atualmente Neuza Corassa continua com o CPPEM).O resultado foi a construção de um perfil psicológico do fóbico, por comparação entre a fobia de dirigir e de outros tipos de fobias e esse apresenta-se assim:

Medo de dirigir: Muito competentes; excesso de responsabilidade; detalhistas; necessidade de controlar; excessiva importância ao olhar do outro; dificuldade de receber críticas; organizadas
críticos; sensíveis aos sentimentos; inteligentes; elevada consciência social.

Outras fobias: competentes; responsáveis; tendem a ser detalhistas; necessidade de controlar; importância ao olhar do outro; dificuldade de receber críticas; organizadas; críticos; sensíveis aos sentimentos; inteligentes; consciência social

NB: Mais informações podem ser encontradas no livro Vença o medo de dirigir, de Neuza Corassa, ou na coleção Sobre Comportamento e Cognição - nas referências desse site.

Fobia de lugares fechados


O principal temor, aqui, é de ficar preso e não conseguir sair do local. Entre os objetos mais comuns desse tipo de fobia estão os elevadores e túneis. A pessoa geralmente teme que uma falha mecânica a deixe presa por horas dentro de um cubículo, o que acarreta verdadeiro pavor. Um dos pensamentos mais comuns é o de ficar preso no elevador e o ar esgotar, apesar de todo elevador dispor de um sistema de ventilação especialmente elaborado para esse tipo de ocorrência. Entretanto, outros objetos e locais podem delinear o quadro da claustrofobia, como cabines telefônicas, escadarias de prédios (medo de ficar preso entre portas corta-fogo), banheiro, bancos com portas que travam e transportes coletivos. Essa fobia, às vezes, coexiste com a agorafobia.

Fobia de lugares altos


É um medo comum e, até certo ponto, compreensível. Estar próximo de um precipício pode acarretar medo de escorregar e despencar. É normal, já que se trata de um perigo real, diferente do medo de ficar, por exemplo, trancado em um banheiro. O medo, no entanto, torna-se irracional quando ocorre diante do simples fato de a pessoa se dirigir em direção a uma janela de um prédio, ou de estar em locais altos que são protegidos por grades ou vidros espessos, como os edifícios com vista panorâmica. As pessoas com fobia de altura, ou acrofobia, reagem com medo nessas situações, não conseguem olhar para baixo, sentem vertigem. As situações geradoras de medo são bastante variáveis e vão de mezaninos de teatros, passando por escadas, escadas rolantes, ladeiras, até o topo de edifícios bem altos. É comum que os portadores de acrofobia apresentem medo de perder o controle e de se jogarem do local em que se encontram. Também é comum terem a sensação de estar sendo "puxados" para baixo. Isso ocorre mesmo com a presença de anteparos protetores. Para essas pessoas fica impensável fazer, por exemplo, um exame de ressonância magnética, em que teria que ficar uma ou duas horas "presa no tubo" de exame.

Fobia de lugares abertos


É o medo de espaços abertos, mas também de lugares onde haja dificuldades de escape fácil e imediato para um local seguro.É como se o homem de hoje lembrasse do homem primitivo, que, com pouco instrumental, só podia contar com seu próprio corpo para sobreviver na selva. Quando se vê diante de um espaço aberto, o homem, movido pelas "lembranças" de perigo que a espécie humana enfrentou, não avalia o perigo real à sua frente, mas o perigo imaginário, motivado por aquelas "lembranças". Além disso, estar num local aberto é sinônimo de estar exposto à observação alheia, daquele que pode nos observar sem ser visto, e isso amedronta.


Fobia de perfurações na pele


Consiste no medo de qualquer coisa que perfure a pele e pode ser subdividida em dois grupos:

Fobia de injeções:


Esse medo tem origem biológica, nascida da seleção natural, que fez com que todos os seres humanos inatamente sentissem aversão a qualquer perfuração da capa dérmica (pele). Se perfurada e não tratada, as chances de infecção e, portanto, a entrada de microrganismos seriam altíssimas, e isso poderia levar à morte e, ou, a lesão de funções vitais ao homem. Culturalmente, perfurações da pele estão associadas a situações de doença e dor (às vezes, à morte). Embora sejam exatamente as perfurações por injeção que permitem a cura, o que fica gravado é o condicionamento às situações aversivas, e então injeções tornam-se também aversivas. A par desse fator cultural some-se o fato de que é necessária uma dose de submissão de confiança na pessoa que aplica a medicação de entrega. E o ser humano aprendeu a desconfiar "do outro". Entregar-se a um tratamento parece-lhe sinônimo de ser "fraco", e ele reluta com isso.

Fobia de dentista:


Sabe-se que a maioria das pessoas tem um leve receio de ir ao dentista.
Uma pequena porcentagem, no entanto, tem verdadeiro pavor, apresentando, inclusive, ataques de pânico na cadeira do dentista. A conseqüência mais
séria que advém para essas pessoas é a deterioração dos dentes. Às vezes, com sérias complicações, envolvendo comprometimento de canais e doenças das gengivas. Os maiores temores relacionam-se com a anestesia e a ação da broca (motor). O medo parece aumentar a sensação subjetiva de dor. Além disso, as pessoas parecem esperar sempre por um desconforto muito maior que aquele de fato produzido. Para algumas pessoas, a visão da roupa branca do dentista é terrível, e se ele usar um jaleco ou camisa de outra cor, a ansiedade decresce. A fobia de dentista está freqüentemente associada à fobia de sangue. Alguns pacientes chegam a desmaiar na cadeira. Uma boa comunicação e empatia com o dentista ajudam muito, sobretudo se o profissional entender e respeitar o medo. É importante que o dentista explique de forma detalhada os procedimentos que serão realizados e o grau de desconforto e dor que de fato o correrão. Combinações de sinais previamente estabelecidos, como erguer a mão ao primeiro sinal de dor, podem minimizar o problema. A familiarização com o consultório pode ajudar na habituação. A observação de outras pessoas sendo tratadas, recebendo anestesia e sendo submetidas à ação do motor funciona como um modelo positivo, na linha do "não deve ser tão terrível assim". Isso tem se mostrado útil em crianças, que, antes de serem submetidas a um tratamento dentário, brincam no consultório do dentista, para facilitarem o contato e o trabalho, dando um colorido lúdico ao tratamento. É válido também para adultos o processo da modelagem passo a passo.

Fobia de doenças


O que caracteriza essa modalidade de fobia é o medo exagerado de estar com alguma doença - como câncer, AIDS, alguma doença cardíaca - e de, conseqüentemente, morrer dessa doença. As pessoas portadoras desse tipo de fobia evitam ler ou assistir a programas na TV que tratem do assunto. Evitam entrar em hospitais e até mesmo conversas cujo tema gire em torno de doenças ou de pessoas que estejam doentes. Constantemente se examinam, observando o aspecto da sua língua, coloração dos olhos ou apalpam seu corpo à procura de algo errado. Marcam consultas freqüentes com médicos, geralmente clínicos gerais, para reassegurarem-se de que não há nada grave. É diferente de hipocondria, pois, nesta, o medo é difuso e envolve diversas doenças.

Fobia de escuro


O medo da escuridão pode ser normal em certas circunstâncias, sobretudo se você estiver em um local desconhecido. Entretanto, ter medo de ficar no escuro dentro de sua própria casa é um medo irracional, configurando-se, assim, uma fobia. Geralmente, o medo é de abrir os olhos no escuro e ver "algo" ligado ao sobrenatural. Às vezes, o escuro está ligado à morte e, portanto, ao desconhecido ou ao conhecido imaginado.

Fobia de tempestade


Chuva, trovões e raios, quando chega o verão, aumentam a ansiedade das pessoas que têm verdadeiro pavor de tempestades. Algumas delas não saem de casa sem antes consultar a previsão do tempo. O problema leva a uma série de limitações na vida pessoal e profissional dessas pessoas em razão da esquiva, que é proeminente. Se estiver chovendo, dificilmente se aventuram a sair de casa. Há pessoas que, durante uma tempestade, fecham-se em armários e só se atrevem a sair depois que cessa o fenômeno. Algumas permanecem junto com seus cães de estimação que, como é sabido, também são excessivamente sensíveis aos ruídos de trovões e fogos de artifício. Outras se cobrem para se sentirem mais protegidas.Tal fobia, ao contrário do que se possa pensar, é bastante freqüente. Não se trata do medo natural que todos temos das intempéries e desgovernos da natureza, que, mesmo existindo, não impedem a vida social. Nestes casos, a pessoa vai se recluindo em sua residência até o ponto máximo, em que chega a ficar "presa" à própria cama. Muitas vezes são as pessoas erroneamente diagnosticadas como depressivas (claro que também haverá frustração e, portanto, depressão nestes casos). No entanto, trata-se de esquiva operante. As pessoas deste quadro tendem a buscar, solicitar e requisitar que alguns de seus familiares assumam função de cuidadores de si ao menor sinal de chuva. O paradoxo é que no início do problema, ao invés de ficarem protegidas dentro de casa, elas saem para a rua, via de regra em busca de suas figuras de apoio. Com o passar do tempo, são essas figuras que começam a vir aos seus encontros. A modelagem está feita. Instalou-se a dependência e, por meio dela, o controle que a pessoa inconscientemente pensa ter sobre o pseudoperigo, a chuva e suas manifestações, como as nuvens negras que trazem o raio e o trovão.

Fobia de animais ou insetos


Em relação aos animais, pode haver um grande número de fobias, que vão dos insetos a animais de porte maior. O que é mais comumente observado, contudo, são as fobias de insetos (baratas, abelhas, vespas, borboletas, mariposas, traças); existe com bastante freqüência fobia de aranhas, cobras, pássaros, cães, gatos, sapos e ratos, embora animais menos típicos, como as lagartixas, também possam ser objetos de fobias. Parece compreensível ter medo de cães, mas as pessoas não entendem, por exemplo, um escândalo por medo de borboleta. Um inseto é inúmeras vezes menor do que um ser humano, portanto não apresentaria ameaça nenhuma. Neste mesmo prisma está a fobia da barata e do rato.

Fobias alimentares


Há dois tipos de fobia alimentar. No primeiro, a pessoa tem medo de engasgar com o alimento, o que a leva a fazer uso somente de líquidos ou alimentos sob a forma de papa, preparados no liqüidificador. A perda de peso é um dos sintomas mais pronunciados e é causada pelos hábitos alimentares típicos dos portadores desse tipo de fobia. A pessoa sente que sua boca e garganta estão excessivamente secas, e que o alimento sólido pode ficar entalado. E, ao sentir-se ansiosa, a respiração fica alterada, complicando ainda mais o quadro.No segundo tipo, o que ocorre é uma espécie de aversão a algum tipo específico de alimento, acarretando náusea e, às vezes, vômito. Neste caso muitas vezes o diagnóstico pode vir rotulado como anorexia ou bulimia e, no entanto, tratar-se de fobia à alimentação. Além disso muitas pessoas evitam comer em locais públicos. Neste caso, há também uma situação de fobia social, pois o que mais a incomoda é parecer que tem alguém observando-a.

Fobia escolar


A fobia escolar é uma síndrome conhecida e que costuma aparecer, principalmente, em meninos (entre seis e dez anos). Mas pode ocorrer também acima ou abaixo dessa idade e, eventualmente, aparece em meninas. Caracteriza-se como evitação de ir à escola e uso de subterfúgios para escapar de tal situação. Não se trata de má vontade ou "malandragem", pois a criança sofre muito, quer indo forçada para a escola, quer deixando de ir. Nem sempre ocorreu algum fato que justificasse o medo. Encontramos na história dessas crianças fatos subliminares que a remetem a situações onde ela teme perder figuras de apoio. As crianças também são vítimas do estresse da vida moderna, e nelas esse estresse aparece em forma de fobia escolar, de ladrões, de violência, de que os pais se separem e, não raro, do sobrenatural. Há adultos que também padecem desse sofrimento. E, normalmente, aparece coexistindo com a fobia social.



Fobia de andar de avião


Aumenta a cada dia o número de pessoas que precisam voar, sobretudo por motivos profissionais. Conseqüentemente, o número de pessoas que procuram tratamento para esse tipo de fobia também tem crescido. Há pessoas que recusam empregos por temerem viajar de avião. O medo não está relacionado a um único aspecto e inclui o medo de acidente, de ficar fechado, de altura, de instabilidade e de perder o controle.


À fobia de andar de avião associa-se o medo de não se dar tempo de ser feliz. Por exemplo:1) a pessoa portadora desta fobia muitas vezes tem filhos pequenos e quer vê-los crescer. Ou, eventualmente, mantém um relacionamento ruim com seu parceiro, mas adia a solução do problema. No entanto, a solução seria a possibilidade da felicidade. Na sua imaginação, se ela entrar num avião e este cair, ela terá perdido a chance de ser feliz, porque ainda não resolveu os seus problemas, seus filhos não cresceram, ainda não fez tudo o que queria nem amou como pretendia. É bom lembrar que pessoas com fobia de andar de avião têm necessidade de que o controle da situação esteja com elas. No caso do avião, é impossível. Se acontecer alguma falha no aparelho, elas não poderão fazer nada. Lembrando que o perfil psicológico das pessoas portadoras de fobia é o de pessoas que são, em geral, competentes, detalhistas, inteligentes, organizadas, responsáveis e críticas em relação a si e aos outros e que, claro, têm enorme necessidade de controle social.

 

TRATAMENTO

Quando a pessoa perceber que a sua vida está ficando limitada e a dificuldade está interferindo nas outras áreas de sua vida, é hora de buscar ajuda. Algumas fobias não terão necessidade de ser tratadas (por exemplo, se a pessoa tem fobia de cobras, mas mora na cidade, poderá conviver com este fato sem maiores problemas). Nunca se deve esquecer que no tratamento cada caso é um caso.

 

SUGESTÕES DE LEITURA

Barros Neto, T. P. (1999) Sem medo de ter medo. São Paulo: Casa do Psicólogo
Bernick, M. A (1989). Ansiedade. Revista Brasileira de Medicina. v. 46, no 4, p. 99.
Corassa, N. (1996). Síndrome do carro na garagem. Suplemento Viver Bem
da Gazeta do Povo. Ano XIII, n. 661, p. 24.
___________ (1996) Medo pede carona. Revista Veja. Ano 29, n. 44, p. 100.
___________ e Mestre, M.B.A. (1998) Síndrome do Carro na Garagem, Fobia de Dirigir. Pôster apresentado no VII Encontro da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental. Campinas, São Paulo.
____________ (2000). Vença o medo de dirigir - como superar-se e conduzir o volante da própria vida. São Paulo: Gente.
DSM-IV (1994). Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais.
Falcone, E. (1995). Cap. 14. A relação entre o estresse e as crenças na formação dos transtornos de ansiedade. Em Zamignani, Vol. 3: Sobre Comportamento e Cognição. Santo André: ARBytes.
Wolpe, J. (1978). Prática de terapia comportamental. São Paulo: Brasiliense